Mário David questiona União Europeia sobre as diferenças dos Sistemas bancários Português e Irlandês

Mário David questiona União Europeia sobre as diferenças dos Sistemas bancários Português e Irlandês

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O Eurodeputado Mário David endereçou duas perguntas prioritárias ao Conselho e à Comissão Europeia, pedindo que estes se pronunciem sobre as diferenças dos sistemas bancários Português e Irlandês, de modo a tranquilizar os mercados.

 

Recordando que as razões da ajuda à Irlanda devem ser essencialmente atribuídas à irresponsabilidade do seu sector bancário, aliada a faltas graves na regulação e supervisão; à "bolha imobiliária" (por terem concedido crédito sem a devida análise de risco); à exposição excessiva aos mercados americanos, com elevadas quantidades de "activos tóxicos" e ao tamanho desmesuradamente sobredimensionado de alguns bancos relativamente ao peso da sua economia, o Deputado português realça, por outro lado, que "Portugal tem um sector bancário resiliente, robusto e capitalizado, sem bancos excessivamente grandes, que têm prosseguido uma política prudente na sua acção, pelo que não foram praticamente expostos a activos tóxicos, não se tendo verificado nenhum processo de bolha imobiliária".

 

Mário David afirma que "os problemas de Portugal resultam do aumento do défice, de um endividamento elevado e de uma deficiente execução orçamental!", lamentando ainda que "as medidas avulsas de apoio ao crescimento económico para combater a recessão provocada pela crise, investimentos públicos inoportunos e aumentos salariais na função pública, que nada tiveram a ver com acréscimos de produtividade!" nos tenham conduzido à actual situação.

 

O eurodeputado salienta que "é tempo da percepção dos mercados melhorar agora que, com o apoio responsável do maior partido da oposição, o PSD, foi aprovado o Orçamento 2011, com severas medidas de redução de custos e de aumento de impostos", recordando ainda que "Portugal teve um crescimento nos primeiros 9 meses de 1,5%, baseado num acréscimo de 15,8% das exportações!"

 

Usando, como exemplo, "a exposição dos bancos alemães e franceses à dívida Portuguesa e Irlandesa", Mário David afirma existirem "diferenças abissais", concluindo que"a exposição dos bancos franceses à dívida irlandesa é de €59.400 milhões e à portuguesa de €34.000 milhões, enquanto a exposição dos bancos alemães é de €165.700 à Irlanda e de €26.800 milhões a Portugal. Compreendem-se as preocupações alemãs e francesas face à exposição dos seus bancos, num total de €225.100 milhões à Irlanda e €60.800 milhões a Portugal! Sem falar na enorme exposição irlandesa no Reino Unido!".

 

Nas perguntas efectuadas, Mário David pede às duas instituições que "confirmem que não existe racionalidade no contágio da situação Irlandesa à Portuguesa"; questiona que "medidas adicionais pode a União Europeia tomar para acalmar os mercados e parar com o ataque que está a ser efectuado essencialmente às economias periféricas mas que se reflectem em toda a União Europeia" e sugere que "a União emita títulos de dívida pública que permitam aos países em dificuldades financiar-se a taxas bem mais baixas do que aquelas que estão a ser cobradas pelos mercados, conferindo aos cidadãos individualmente poderem aceder a esse mercado primário."