Sofia Ribeiro: “Os migrantes devem chegar à Europa não por desespero mas por decisão própria e consciente”

Sofia Ribeiro: “Os migrantes devem chegar à Europa não por desespero mas por decisão própria e consciente”

A Eurodeputada Sofia Ribeiro defendeu mais monitorização e melhores condições sociais para os migrantes europeus, no âmbito do Fórum Internacional de Alimentação e Nutrição, em Bruxelas, na quarta-feira, 6 de junho. Neste debate entre representantes dos grupos parlamentares, e em que Sofia Ribeiro representou o Partido Popular Europeu (PPE), discutiram-se os problemas alimentares e ambientais resultantes da migração bem como as condições de trabalho desses migrantes.

Sofia Ribeiro começou a sua intervenção explicando que, apesar de a União Europeia ter cerca de 7% da população mundial, é responsável por mais de 50% da ajuda ao desenvolvimento global, “perfazendo, em 2017, um total de 75,7 mil milhões de euros para ajudar a combater a pobreza e lutar contra as alterações climáticas”. No entanto, é necessária uma mudança de políticas, advertiu a Social-democrata, recordando o relatório sobre a Nova Aliança para a Segurança Alimentar e Nutricional, documento que ficou responsável pelo grupo PPE. “Não podemos olhar para os países menos desenvolvidos como o celeiro da Europa − precisamos que estas comunidades fiquem nas suas terras, cultivem-nas, retirem delas alimentos e criem melhores condições para todos. O nosso papel deverá ser o da troca de conhecimentos e boas práticas, para que estas pessoas não precisem de emigrar na procura de melhores condições de vida”, reforçou.

Sofia Ribeiro reconheceu que a Europa “precisa de mais população”, mas que estas pessoas “devem chegar a este continente, não por desespero, mas por decisão própria e consciente”. “Devemos iniciar com a distinção entre migrantes e refugiados, estabelecendo uma abordagem comum a todos os Estrados-membros, sem comprometer a segurança europeia e as nossas fronteiras”, explicou.

Para Sofia Ribeiro esta matéria requer mais “monitorização e inspeção das explorações e indústrias agrícolas; é necessário abordar a cadeia alimentar garantindo uma remuneração justa para todas as partes; e aceitar no mercado europeu a entrada exclusiva de produtos que tenham modos de produção equivalentes na Europa”.

Durante a intervenção, Sofia Ribeiro explicou que, uma das formas para combater a precariedade que o setor agrícola enfrenta em questões de mercado de trabalho, seria, “por exemplo, distribuindo vários trabalhos sazonais que pudessem ocupar o trabalhador durante o ano inteiro ”, bem como “garantir, para o mesmo trabalho, o mesmo salário e as mesmas condições de proteção social” e ainda “realizar ações de formação técnica para os migrantes e trabalhadores sazonais, bem como formações sobre os seus direitos”.

Paulo Rangel
Lídia Pereira
José Manuel Fernandes
Maria Graça Carvalho
Cláudia Monteiro de Aguiar
Carlos Coelho