Sofia Ribeiro contra extremismos no transporte animal

Sofia Ribeiro contra extremismos no transporte animal

A Eurodeputada Sofia Ribeiro lamentou hoje os termos em que foi aprovado o Relatório sobre a proteção dos animais durante o transporte dentro e fora da UE, do qual foi relatora do Partido Popular Europeu (PPE). "Foi um processo negocial muito intenso e duro, em que quem esteve do lado dos agricultores e de quem trabalha ficou isolado perante a demagogia e o populismo", comentou. 

Durante a sua intervenção, a Social-democrata criticou a existência de problemas quanto ao respeito pelas exigências europeias por parte de alguns países terceiros. No entanto, segundo Sofia Ribeiro este debate não pode ser transportado “para o campo ideológico”, nem se pode “aproveitar a proximidade das eleições europeias para que se consiga fazer passar uma agenda radical que mais não faz do que trazer descrédito a esta meritória diretiva, sem consequências positivas para os animais transportados”. 

Sofia Ribeiro explicou que a regulamentação do transporte animal tem tido avaliações extremamente positivas, o que permitiu “uma melhoria enorme na redução do sofrimento dos animais durante a sua deslocação, bem como na dotação de melhores condições físicas dos meios de transporte”.

Sofia Ribeiro alertou ainda para “alguma falta de empenho por parte de alguns Estados-Membros e a falta de harmonização dos sistemas de coimas dentro da UE” que, segundo a Deputada, deviam “ser mais severas e punitivas para quem prevarica” e serem “equivalentes em todo o espaço europeu”.

A Eurodeputada salientou neste documento a defesa de aspetos como “o reforço das fiscalizações”, a não realização do “transporte de animais que não estejam em condições ótimas de saúde” e que “os animais possam ser abatidos, sempre que possível, próximo das explorações onde se encontram”. Do documento aprovado hoje, Sofia Ribeiro salientou ainda “a possível criação de uma rede móvel de matadouros para evitar transportes longos e o incentivo para o transporte de carne e carcaças, em vez de animais vivos”.

Apesar de tudo, a Eurodeputada afirmou ter conseguido “alguns aspetos positivos para o sector agrícola, através da aprovação de uma proposta que distingue a responsabilidade dos agricultores e dos transportadores em situações de incumprimento da diretiva de transporte animal”. “Era fundamental que isto acontecesse", realçou.

Não podemos aceitar que pura e simplesmente se queira eliminar do espaço europeu e das exportações europeias o transporte de animais vivos”, alertou. “Não vivemos todos no centro da europa e há que haver um maior respeito pelos países periféricos e descontinuidade geográfica e não podemos por em causa o amor que os agricultores nutrem pelos seus animais nem achar que estes são os responsáveis”.