#MaisEuropaNosAçores \ Razão 9

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1986 marca o ano de adesão de Portugal à União Europeia. Para trás fica a significativa falta de infraestruturas e recursos; a estagnação no tempo. Importa rever 33 anos de adesão à União e perceber que a Europa não está nem nunca esteve distante. Caminhamos para as eleições europeias: é tempo de responder (pragmaticamente) à questão “o que fez a UE por nós?”. Desafio aceite. 

Ilhas de verdes campos

Pensar nos Açores é deixar as pastagens verdes invadirem-nos e ver a imensidão dos campos e as hortências que pintam a paisagem. Os campos foram devotos à agricultura – onde se enraízam frutas e hortícolas ou se põem animais a pastar. A agricultura sempre foi um pilar fundamental da economia açoriana. A União Europeia desde cedo investiu no desenvolvimento agrícola da região – quase €2 mil milhões desde 1986 (o equivalente a metade do PIB açoriano) – através do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural e do Fundo Europeu Agrícola de Garantia. Por outro lado, o POSEI (programa agrícola específico para as regiões ultraperiféricas) vai apoiar os Açores e a Madeira até 2020 com cerca de €106 milhões anuais. A continuidade do POSEI foi também assegurada para o próximo quadro financeiro plurianual – revelando a importância com que a União olha para as regiões ultraperiféricas em geral, e para os Açores em particular. 

Estamos a produzir cada vez mais

A exploração agrícola tem crescido nos Açores desde que se marcou a integração europeia. O efetivo bovino aumentou de 183 mil (1986) para 273 mil (2016). Das vacas leiteiras, rentabilizou-se a produção de leite, por via de melhores práticas, melhoramento genético e a mais adequados métodos de produção – potenciados pelos fundos europeus. De 215 milhões de litros (1986) para 611 milhões, a produção de leite aumentou significativamente. Quer isto dizer uma evolução de cerca de 11,2 litros por dia por vaca (1986) para 19,7 litros por dia (2013). Das vacas vem o leite e do leite vêm tantos outros produtos. Se a produção de leite aumentou 3 vezes, a produção de queijo foi mais longe e aumentou 4 vezes, totalizando 29.940 toneladas (2016). É razão para dizer que cada vez mais valorizamos e apreciamos o nosso queijo (e que o vendemos para o exterior para que outros o possam valorizar e apreciar também).

Criar condições para catapultar o desenvolvimento

Quando se programam fundos europeus, definem-se objetivos claros e métricas concretas. Os fundos apoiam muitos pequenos negócios agrícolas e ajudam jovens agricultores a desenvolver a sua atividade. Até 2020, espera-se apoiar 187 jovens agricultores e beneficiar 930 explorações na sua modernização. Por outro lado, os fundos destinam-se a investimentos reprodutivos, que criem as condições necessárias para desenvolver ainda mais o setor. É o caso da construção das novas instalações do Laboratório Regional de Veterinária (através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) que é essencial para a melhoria da saúde animal e da qualidade da carne e do leite produzidos nos Açores. Contribui-se assim para a melhoria da segurança alimentar e da saúde pública, bem como para a minimização/erradicação de doenças.

A União Europeia desde a sua génese tem investido de forma clara no desenvolvimento agrícola das suas regiões. Através da Política Agrícola Comum, a União sempre projetou estrategicamente o setor, procurando reforçar a sua capacidade produtiva. O papel da Europa é inquestionável e o seu impacto nas nossas vidas é cada vez mais claro. Por isso não a podemos ignorar, nem tampouco deixar de retribuir. No próximo dia 26 de maio, as eleições europeias elegem aqueles que vão trabalhar para garantir que a União Europeia está próxima da nossa Região e nos apoia a colmatar as lacunas que – por sermos ilhéus a meio Atlântico – tanto nos condicionam. Votar é essencial, pelo futuro da nossa Europa e para que haja cada vez mais Europa nos nossos Açores.