#MaisEuropaNosAçores \ Razão 6

#MaisEuropaNosAçores \ Razão 6

1986 marca o ano de adesão de Portugal à União Europeia. As eleições europeias estão a caminho e estamos a responder (pragmaticamente) à pergunta “o que fez a UE por nós?”.

A aplicação dos fundos europeus nos Açores catapultou o desenvolvimento da Região. As oportunidades do mercado único levaram os produtos Açorianos a um-sem-número de paragens pela Europa e fortaleceram a nossa economia. Bem sabemos que o desenvolvimento da economia sustenta o desenvolvimento da sociedade e, quando bem gerido, aumenta a qualidade de vida dos cidadãos. Continuemos a linha pragmática para avaliar a Europa que nos faz alcançar uma maior coesão e desenvolvimento social.

Melhor qualidade de vida

É facilmente comprovável que a qualidade de vida nos Açores melhorou, de forma bastante significativa, desde a adesão de Portugal à União Europeia. Nota-se um impacto muito relevante dos fundos europeus a vários níveis. Entre 1986 e 2016, o PIB açoriano variou imenso – cresceu 11 vezes. O que não variou assim tanto foi a população açoriana, não muito distante das 240 mil pessoas. O rácio entre a riqueza produzida pela população da região leva-nos ao chamado PIB per capita, que é das principais medidas de desenvolvimento de um país e dá claros sinais das condições de vida e poder de compra dos cidadãos. Em 1986 o PIB per capita era de cerca de €1.443; hoje rondamos os €16.000. Por inerência, aumentou também o rendimento disponível, que por sua vez conduziu ao aumento do consumo, com impactos óbvios na multiplicação de valor económico. É verdade que os Açores (e Portugal na globalidade) ainda se distanciam bastante da União Europeia – rondamos os 70% da média europeia – todavia, e para os Açores, a situação em 1986 era notoriamente bem mais dramática.

Podemos também, através de uma diferente lente, avaliar as condições de vida pela evolução da emigração. Em 1985, pouco antes de aderirmos à União Europeia, a emigração era de 6,4%. Hoje, o reforço da economia e das condições de vida levaram a uma emigração residual – cerca de 0,4% em 2013.

Viver mais, mas com qualidade

Hoje vivemos mais – por via de um aumento constante da esperança média de vida. Regiões envelhecidas, como é transversal na Europa, têm de garantir que as pessoas dispõem das condições para uma vida com qualidade até ao seu último minuto. O reforço das infraestruturas e políticas sociais alevanta-se como fundamental. Uma vez mais, a política de fundos da União não é indiferente. Nos Açores, tem-se criado uma verdadeira rede de centros de dia e de noite, lares para idosos e outras infraestruturas de cuidados ocasionais ou continuados para apoiar sobretudo os mais velhos. Não obstante a falta de resposta nos serviços aos mais idosos, tem-se criado uma infraestrutura que é fundamental. Só na programação atual (2014-2020) há projetos executados ou em execução em São Sebastião; Piedade; Maia; Cinco Ribeiras; Doze Ribeiras; Bretanha; e Madalena. Também, uma vez mais, o primeiro passo para uma política eficaz são os recursos e infraestruturas – o que sem o indelével apoio da União Europeia, ser-nos-ia muito mais difícil de alcançar.

O balanço é certamente positivo. A distância que separa os Açores lá do centro da Europa – a que vemos no mapa e nos parece infindável – não é tida como postura da Europa face aos Açores. A União é-nos cada vez mais próxima e reconhece as especificidades de uma região ultraperiférica como a nossa. A Europa somos também nós e está a mudar a nossa vida todos os dias – para melhor. Por isso não a podemos ignorar, nem tampouco deixar de retribuir. No próximo dia 26 de maio, as eleições europeias elegem aqueles que vão trabalhar para garantir que a União Europeia está próxima da nossa Região e nos apoia a colmatar as lacunas que – por sermos ilhéus a meio Atlântico – tanto nos condicionam. Votar é essencial, pelo futuro da nossa Europa e para que haja cada vez mais Europa nos nossos Açores.

Paulo Rangel
Lídia Pereira
José Manuel Fernandes
Maria Graça Carvalho
Cláudia Monteiro de Aguiar
Carlos Coelho