#MaisEuropaNosAçores \ Razão 5

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1986 marca o ano de adesão de Portugal à União Europeia. Estamos a responder (pragmaticamente) à pergunta “o que fez e faz a UE por nós?” e mostrar que a nossa Europa merece que nos envolvemos mais.

Quando esta história começou, a realidade era diferente. A Europa não foi indiferente e reservou aos Açores uma abordagem diferenciada. É que 9 ilhas dispersas exigem um esforço maior e a replicação de infraestruturas básicas. Replicação significa mais dinheiro a ser investido – e é aqui que entram os fundos europeus (FEEI). Importa rever o que aconteceu nas últimas décadas e olhar para a Europa como ela merece. Foquemo-nos, agora, no caso da educação.

As melhores escolas para os nossos alunos

De manhã cedo vemo-los de mochilas às costas. Vão de passo apressado para um dia de aulas que está prestes a começar. Longe vão os tempos em que um em cada cinco Açorianos não sabia ler nem escrever e via a sua vida limitada. Os últimos censos indicam que o analfabetismo na região ronda os 4,7%, aquém da média nacional (de 5,2%). A campainha toca e o professor abre a lição. Trata-se da rotina de uma qualquer escola na Região – uma das muitas que os fundos europeus têm vindo a cofinanciar. Os estabelecimentos modernos, com equipamentos educativos de primeiríssima qualidade revelam uma larga vantagem na qualidade das infraestruturas relativamente a outras geografias. Entre os projetos mais recentes (executados ou em vias de execução) a União Europeia apoiou a EBS Tomás de Borba; EBI da Ribeirinha; EBS de Velas; EBI Gaspar Frutuoso; EBS da Calheta; EBI Canto da Maia; EBS das Lajes do Pico; EB Santa Bárbara. São centenas de milhões de euros, cofinanciados a 85% que acolhem todos os dias as crianças e os jovens da Região – preparando-os para o futuro que aí vem. Não fosse, afinal, a União Europeia um projeto focado no futuro.

O paradigma social dos Açores impõe desafios que a Europa não ignora. Entre eles, até 2020 espera-se financiar programas de luta contra o abandono escolar precoce. Estes programas deverão beneficiar 2.200 estudantes. 

Estudar além-fronteiras: olá mundo!

Eles crescem e desenham os planos para uma carreira ideal. As crianças, que já não o são, concluem o ensino secundário e fixam-se agora no próximo passo. Cada vez mais optam por prosseguir estudos universitários. O programa mais bem conhecido da União Europeia, o ERASMUS+, mostra-lhes que não há fronteiras para o conhecimento e que estudar não tem de ser apenas em Portugal. Todos os anos chegam às universidades portuguesas (nas quais se inclui a Universidade dos Açores) mais de 12.662 estudantes das mais diversas geografias. Por outro lado, mais de 8.600 estudantes de Portugal fazem as malas e vão estudar no estrangeiro por, pelo menos, um semestre. A experiência compensa as aflições de muitas mães e incute nos jovens estudantes uma forte identidade europeia de união na diversidade.

Para os que preferem e optam por uma via vocacional – que prepara os profissionais que assegurarão muitas áreas técnicas de serviços nos Açores – a União Europeia valoriza e investe em programas como o PROFIJ.

Abrir portas e criar emprego

A evolução do conhecimento nas últimas décadas obriga a que estejamos constantemente a aprender e a adquirir novas competências. É também necessário qualificar os desempregados e prepará-los para o próximo passo da sua carreira. Programas como a Rede Valorizar são cofinanciados pelo Fundo Social Europeu (FSE) em mais de €10,6 milhões. Trata-se de validar e certificar competências de nível básico, secundário e/ou profissional provindas das aptidões adquiridas ao longo da vida profissional ou de um percurso educativo ou formativo.

Por outro lado, já de canudos nas mãos, é tempo de os estudantes aplicarem os conhecimentos na prática. O FSE tem também financiado diversos programas de contratação das empresas Açorianas. Até 2020, espera-se a criação direta de 3.000 postos de trabalho. Em 2016, os projetos aprovados são já responsáveis pela criação de 1.049 novos empregos. 

O balanço parece-nos positivo. É certo que, como noutras áreas, comparativamente às médias regionais e europeias, ainda há um atraso em alguns dos indicadores analisados: há ainda muito a fazer pela educação dos Açorianos. Todavia, o primeiro passo é garantir as infraestruturas e recursos necessários – e, em boa verdade, o contributo da União Europeia tem sido inquestionável. Chegamos ao final da lição: quem disse que a Europa é lá longe e não traz nada de bom? A Europa somos também nós e está a mudar a nossa vida todos os dias – para melhor. Por isso não a podemos ignorar, nem tampouco deixar de retribuir. No próximo dia 26 de maio, as eleições europeias elegem aqueles que vão trabalhar para garantir que a União Europeia está próxima da nossa Região e nos apoia a colmatar as lacunas que – por sermos ilhéus a meio Atlântico – tanto nos condicionam. Votar é essencial, pelo futuro da nossa Europa e para que haja cada vez mais Europa nos nossos Açores.