Eurodeputado José Manuel Fernandes alerta para risco de Portugal perder 3,6 mil milhões de euros em fundos europeus

Eurodeputado José Manuel Fernandes alerta para risco de Portugal perder 3,6 mil milhões de euros em fundos europeus

Má negociação do governo PS pode levar Portugal a perder fundos europeus no quadro financeiro 2021-2027.

José Manuel Fernandes, coordenador do PPE na comissão dos orçamentos, defende posição do Parlamento Europeu, que salvaguarda manutenção do envelope financeiro para Portugal.

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O Eurodeputado José Manuel Fernandes desafia o governo português a alterar rapidamente a estratégia e a posição relativamente à negociação do próximo Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia, sob pena de Portugal vir a perder mais de 3,5 mil milhões de euros em fundos europeus para o período 2021 a 2027.

Intervindo num encontro com autarcas e apoiantes socialdemocratas em Vieira do Minho, José Manuel Fernandes alertou que a atual situação de degradação dos serviços públicos e desinvestimento público pode vir a agravar-se, com penalização ainda maior para as populações e os territórios mais desfavorecidos.

“O risco de cortes nos fundos europeus só existe caso o governo português insista em manter o apoio à proposta da Comissão Europeia para o próximo quadro financeiro europeu e que resultou da negociação desastrosa conduzida pelo ex-ministro `Pedro Marques e agora candidato socialista nas eleições europeias”, acusou o Eurodeputado e coordenador do PPE na comissão dos orçamentos.

Em contraponto, José Manuel Fernandes defendeu o apoio à posição do Parlamento Europeu, que garante a manutenção do envelope financeiro a atribuir a Portugal e reforça o financiamento de programas europeus ao nível da juventude e da investigação.

Comparativamente ao atual quadro financeiro, o Eurodeputado do PSD adiantou que a proposta da Comissão prevê menos 1.600 milhões de euros na Política de Coesão, menos 500 milhões de euros para as ajudas diretas aos agricultores e menos 1.200 milhões de euros para o desenvolvimento rural. Acrescem ainda cortes de quase 300 milhões de euros, ao nível das pescas, das regiões ultraperiféricas e das ajudas de mercado.

No bolo global, a diminuição de fundos europeus destinados a Portugal é de 3,6 mil milhões de euros.

José Manuel Fernandes chamou a atenção para a importância cada vez maior dos fundos europeus em Portugal representando mais de 85% do investimento público.

No evento que juntou mais de 300 pessoas em Vieira do Minho, o presidente da Câmara Municipal, António Cardoso, denunciou a falta de condições em que está a funcionar o Centro de Saúde local, tal como acontece na Escola Básica e Secundária – onde teve de ser a Câmara assumir o aumento do financiamento para viabilizar as obras de requalificação.

“Hoje, quando se pensa e projeta investimento público, já só nos viramos para os fundos europeus, porque do Estado já nem os planos de investimento descentralizados ou os PIDDAC’s existem”, lamentou o autarca António Cardoso e mandatário concelhio da candidatura do PSD ao Parlamento Europeu nas eleições do próximo dia 26.