A Eurodeputada Sofia Ribeiro foi convidada a debater a revisão do Greening e as atuais ameaças ao setor agrícola, esta terça-feira, 7 de junho, na 53ª edição da Feira Nacional de Agricultura, em Santarém. O painel contou com a presença de elementos da Comissão Europeia, o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), bem como representantes do setor provenientes de Espanha, França, Itália e Inglaterra.
A eurodeputada social-democrata afirmou ser este “um momento muito importante, pois é o reconhecimento do trabalho que tenho vindo a desenvolver junto dos agricultores e seus representantes − quer ao nível regional e nacional, mas também ao nível das instituições europeias”.
Sofia Ribeiro destacou na sua intervenção que “é necessário ter em conta o impacto das medidas do greening na produção agrícola, na qualidade dos alimentos e na competitividade dos mercados”. A eurodeputada destacou o que considerou ser a falta de fundamentação da implementação desta iniciativa, pois “há falta de precisão dos objetivos específicos desta prática, necessidade de os avaliar, comparar e saber se realmente contribuem para alcançar as metas da estratégia 2020”.
Recorde-se que o Greening corresponde a três práticas agrícolas benéficas para o clima e o ambiente de forma a promover a melhoria do desempenho ambiental da nova Política Agrícola Comum (PAC), nomeadamente através da diversificação agrícola, manutenção de prados permanentes e da reserva de 5% do solo para áreas de interesse ecológico, representando 30% das ajudas diretas (I pilar da PAC) aos agricultores.
A eurodeputada lançou ainda desafios para o futuro, uma vez que se espera a revisão da PAC em 2018/2019 afirmando ser necessário equacionar 4 cenários quanto à sua exequibilidade e eficiência, nomeadamente: abolir os pagamentos verdes directos e revertê-los para um mecanismo de condicionalidade quanto à execução de princípios básicos de gestão ambiental; manter as medidas no 1o. Pilar mas alterar as regras para aumentar o valor ambiental; Passar o greening do I para o II pilar; redesenhar a PAC como um conjunto Integrado de medidas hierarquizadas e indistintas dos actuais dois pilares”, tendo acrescentado que “a futura PAC e o futuro greening terão de ter em consideração os interesses dos agricultores, deixando de serem apenas medidas aplicadas a régua e esquadro pela União Europeia, sem ter em consideração o seu impacto na vida real de quem trabalha a terra”.
Sofia Ribeiro finalizou a sua intervenção, afirmando que “no futuro, é importante reduzir a burocracia e os encargos para os agricultores, garantindo uma maior justiça, e maior capacidade de resposta aos efeitos da crise e às necessidades do mercado”, reconheceu Sofia Ribeiro.