Sofia Ribeiro defende centralidade atlântica em Madrid

Sofia Ribeiro defende centralidade atlântica em Madrid

A Eurodeputada Sofia Ribeiro defendeu esta sexta-feira, 15 de dezembro, a importância da cooperação transatlântica, na qual os Açores assumem um papel central. A intervenção foi proferida em Madrid, no âmbito do Seminário Internacional da UNED – Universidad Nacional de Educación à Distancia, sobre Portugal, Espanha e o Atlântico, em que a Eurodeputada apresentou uma comunicação sobre "O impacto da mobilidade nas relações transatlânticas", em que dissertou sobre a influência estratégica das migrações para as duas "margens" do Atlântico, com o exemplo açoriano  como pano de fundo.

A cooperação transatlântica, sendo mais do que um objectivo geostratégico, dá resposta aos ensejos dos povos dos dois lados do Atlântico”, iniciou a Social-Democrata, acrescentando que “a emigração gerou um vínculo cultural e afetivo que é estruturante das sociedades europeia e das Américas e que não pode ser desaproveitado”.  

Esta é uma relação biunívoca, com uma identidade própria, que deve ser estimulada, servindo de referencial para o resto do Mundo”, frisou Sofia Ribeiro fundada na análise de casos concretos de solidariedade transatlântica, de aceitação e promoção da migração e da mobilidade, tais como o Azorean Act de Kennedy, que abriu a porta a cerca de 175 mil Açorianos aquando do vulcão dos Capelinhos, e o CETA, o acordo transversal económico e comercial firmado entre a União Europeia e o Canadá, que, no entender da Deputada, introduz uma inovação social no que concerne ao reconhecimento das habilitações.

Torna-se de vital importância garantir uma forte cooperação transatlântica que exceda as dimensões geopolíticas e geoestratégicas, aliando-as à dimensão social”, advertiu. A Deputada ao Parlamento Europeu aproveitou para comunicar a iniciativa que elaborou junto das comunidades de emigrantes açorianos no Canadá, mas que se estenderá também aos dos Estados Unidos, através de um manual que identifica as oportunidades europeias de financiamento, de trabalho, de estágios, de investimentos e de desenvolvimento de projectos, que podem beneficiar os  que possuam a dupla nacionalidade, e também através da criação de um protocolo de estágios no seu gabinete com as casas Açorianas dos EUA e do Canadá, “dando assim corpo à defesa da relação entre os dois lados do Atlântico”. 

A cooperação entre estes dois polos é ainda mais estratégica, face à saída do Reino Unido da União Europeia. O BREXIT constitui uma oportunidade para que Portugal reassuma o seu papel como o operador nuclear europeu na nova arquitetura marítima e aérea transatlântica, detendo meios de comunicação, transporte e controlo únicos na relação da Europa com o Atlântico”, concluiu Sofia Ribeiro.

Paulo Rangel
Lídia Pereira
José Manuel Fernandes
Maria Graça Carvalho
Cláudia Monteiro de Aguiar
Carlos Coelho