Sofia Ribeiro defende a rastreabilidade dos produtos de pesca para melhorar rendimentos dos pescadores

Sofia Ribeiro defende a rastreabilidade dos produtos de pesca para melhorar rendimentos dos pescadores

A Eurodeputada Sofia Ribeiro interveio na sessão plenária, sobre a rastreabilidade dos produtos de pesca e da aquicultura na restauração e na venda a retalho. O debate ocorreu no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, no âmbito de um estudo recente publicado por uma ONG (Oceana), que revelou que foram detectados, em cerca de um terço das amostras, erros graves na rotulagem do peixe servido em Bruxelas, inclusivamente nas cantinas das instituições europeias.

Sofia Ribeiro começou a sua intervenção lembrando que "se esta situação ocorre no coração da europa, então imaginemos o que se poderá estar a passar no resto da União, com graves consequências para os consumidores, mas acima de tudo com graves prejuízos para os nossos pescadores, que vêem o seu rendimento diminuído pela concorrência ilegal e desleal, sobretudo através da substituição de espécies nobres por espécies de baixo valor comercial, processadas e provenientes de países com padrões muito inferiores aos nossos".

O estudo realizado revelava que um terço dos 280 peixes que compunham a amostra tinha uma rotulagem incorrecta e que estes casos, aparentemente generalizados, deram informação errada aos consumidores. "Paga-se por uma coisa, quando afinal se come outra",referiu Sofia Ribeiro. A eurodeputada social-democrata lembrou que "é fundamental cumprir com o que está legislado e acautelar as questões relacionadas com a temática da segurança alimentar, com o controlo e com a sustentabilidade dos recursos pesqueiros, pois a implementação de sistemas de rastreabilidade deverá assegurar um acompanhamento exaustivo das capturas, levando à consequente exploração sustentável dos mesmos".

A finalizar a sua intervenção, Sofia Ribeiro disse ser "necessário garantir as devidas mais-valias dos produtos da pesca de elevada qualidade que caracterizam os Açores e que, devido a esta concorrência desleal, o valor comercial das espécies nobres que são pescadas não é compatível com a enorme qualidade e método de pesca sustentável". "Temos também de melhorar e divulgar algumas técnicas e metodologias de rastreabilidade do pescado, como por exemplo através de ferramentas genéticas que permitam identificar correctamente as espécies de pescado processado e combater potenciais fraudes", concluiu Sofia Ribeiro.