Sofia Ribeiro defende a aposta na inovação e empreendedorismo no âmbito da economia Azul

Sofia Ribeiro defende a aposta na inovação e empreendedorismo no âmbito da economia Azul

A Eurodeputada Sofia Ribeiro foi oradora em duas mesas redondas, na Assembleia Geral da Comissão do Arco Atlântico, da Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas (CRPM), que decorreu este fim-de-semana, na região Les Sables d’Olonne, em França, tendo defendido a necessidade de “rejuvenescimento dos sectores marinho e marítimo da União Europeia, bem como o fomento da inovação ao nível da economia azul com o objectivo de impulsionar estes sectores e criar empregos qualificados e bem remunerados”.

No evento, que contou com a participação de inúmeros especialistas em assuntos do mar durante os dois dias de trabalho, bem como da Secretária Geral da CRPM e do Presidente e da Secretária Executiva da Comissão do Arco Atlântico, Sofia Ribeiro participou nas mesas redondas intituladas “A geração futura à procura de inovação na economia azul” e “Inovação enquanto ferramenta para proteger e assegurar o ambiente Atlântico”. Na ocasião, Sofia Ribeiro afirmou que “esta foi uma excelente experiência em que tive também a oportunidade de verificar e debater alguns projectos-piloto muito interessantes desenvolvidos pela Escola Profissional Eric Tabarly, com muita qualidade e pertinência para o nosso Atlântico”.

A Eurodeputada defendeu a importância crucial da inovação ao nível da economia azul em paralelo com a protecção ambiental do meio marinho, tendo referido que “ambos os sectores são complementares e têm de ser respeitados”.Na primeira mesa redonda, mais orientada para a inovação na economia azul, afirmou que “na óptica da investigação e inovação na economia azul, temos de ter em conta as tecnologias de monitorização da actividade da pesca com o objectivo de minimizar as abordagens de precaução na gestão dos recursos, com frequentes prejuízos para o sector pesqueiro, a introdução de inovações tecnológicas e melhorias de eficiência energética, condições de segurança, de trabalho e higiene a bordo das embarcações, bem como o desenvolvimento tecnológico das artes de pesca”. Outros aspectos apresentados por Sofia Ribeiro passaram pela “implementação efectiva do ordenamento do espaço marítimo, para evitar, por exemplo, conflitos de uso do espaço e dos recursos entre actividades ancestrais e actividades emergentes, e o apoio ao desenvolvimento da biotecnologia marinha, visando o aproveitamento do reconhecido potencial, sobretudo do mar profundo”.

Na segunda mesa-redonda da sessão, Sofia Ribeiro debruçou-se sobre a relação entre a inovação e o ambiente no Atlântico, tendo apontado alguns caminhos futuros, como por exemplo “o combate ao lixo marinho, complementado por apoio ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras para a minimização do uso, reaproveitamento e reciclagem dos materiais plásticos recolhidos nos oceanos, o apoio a projectos e tecnologias destinadas à remoção dos micro-plásticos à deriva nos oceanos, que é um problema emergente tanto para o ambiente marinho como para os consumidores de pescado, e o desenvolvimento e aplicação de tecnologias de diminuição da pesca “fantasma”, mediante programas de recolha de artes de pesca abandonadas / perdidas”. A Eurodeputada acrescentou ainda a importância da “monitorização do surgimento e implantação de espécies invasoras, uma vez que estamos perante um cenário de alterações climáticas e aquecimento global, podendo induzir fortes impactos nas espécies autóctones e populações exploradas pela pesca comercial e a avaliação do impacto ambiental da exploração de recursos minerais e energéticos de profundidade”, dando o exemplo da exploração dos mares dos Açores, esperando que se desenvolvam tecnologias que permitam viabilizar a sua exploração sustentável e mitigar os efeitos potencialmente negativos para o meio marinho.

A finalizar as suas declarações, Sofia Ribeiro recordou o trabalho desenvolvido no âmbito da sua actividade no Parlamento Europeu no que concerne ao sector das pescas, tendo acrescentado que “como é possível constatar e confirmar, sempre que possível tenho defendido a necessidade de apostar fortemente na formação, pois acredito que esta é a via correcta para atingir os objectivos destes sectores fortemente enraizados nas culturas e tradições europeias, mas que necessitam de integrar a investigação e a inovação de modo a assegurar o seu pioneirismo, sustentabilidade e viabilidade no futuro próximo”.